quinta-feira, 6 de novembro de 2008

As flores

Aos poucos planto.
planto porque sim,
sem propósito nem fim no horizonte.
Não para ter história que se conte
nem se guarde com orgulho.
Falsas-paixões são entulho
que fere o sentir e a vista.

É bom que se insista que planto
não para afagar o pranto
de sêr jardineiro desde que eu sou eu.
(que é belo ser assim jardineiro
sonhando incondicionalmente)
Apenas prezo sentar.me,
como quem sente,
com um sonho pairando
a entreter a mente.
Não como quem se entretem e descarta,
pessoa já farta, deixa sua flor murchar.

Planto.as pela sua cor,
seu aroma trazendo o calor
da soma das viagens pelo sentir.
Vivo.as no que hão de ser e há de vir
sem que existam para além-mim.
O que será delas no fim?
O fim não vem para as flores,
que para o seu jardineiro
cheiram sempre ás ânsias e dores
de quem não tem canteiro
nem ancinho,
nem se importa de sonhar sozinho.

Passeio.me a caminho de tudo...