quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Numa viagem. não esta, nem a outra. uma

Olhando a imagem que passa na janela do comboio,
enche.me uma calma, a calma dos pensamentos passando vagarosamente,
deixando no corpo seu rasto de melancolia e euforia.
Espero a sua passagem e fito-os.
Passará algum tempo e não serão mais pensamentos,
serão imagens adormecidas.
E ao acordar, novamente serão sentidos.
Até já, bom sono.

(adormeci?)

Ao voltar da grande viagem,
ao chegar à cidade que não interrompeu o seu caminho,
assim como não cessa o correr do rio com mais ou menos
seixos no fundo, sou levemente tomado por uma estranheza,
uma dormência de quem acordou do eu sonho e só agora toma
consciência do seu despertar.
E o corpo reconhece este espaço,
ele sabe o que tem de fazer,
apesar de nem me lembrar de alguma vez
o ter feito.
Enquanto cá não estive não pensei neste lugar
porque este não era o lugar onde eu estava.
E agora esta é a realidade.
Há lugares que nos prendem o pensamento ele fica,
sem corpo.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Bom é sentir,
seja alegre e triste,
que a tinta volta a jorrar dos dedos.
E posso voltar a ser o que não existe.

não haja medos.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Os olhos vivem de novo, tudo

O som dos comboios que chegam e partem
podia trazer toda a viagem
para junto de mim,
mas hoje não.
Por algum razão
ou razão nenhuma.
Essas fazemos conforme a vontade,
e na verdade,
a minha razão anda perdida no chão.
E não a procuro,
ela não me ilumina o escuro
nem tira do caminho o chão duro,
só me diz em que curva da estrada irei cair.
Não me contem o que virá a seguir,
já não serei eu a vive.lo quando chegar a altura.
Não me digam que o caminho vai ser cheio de frescura,
descobrirei quando essa for a minha parte da rua.
Não faz mal que não saiba onde os pés irão doer,
poderei descansar no chão que houver.