quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Numa viagem. não esta, nem a outra. uma

Olhando a imagem que passa na janela do comboio,
enche.me uma calma, a calma dos pensamentos passando vagarosamente,
deixando no corpo seu rasto de melancolia e euforia.
Espero a sua passagem e fito-os.
Passará algum tempo e não serão mais pensamentos,
serão imagens adormecidas.
E ao acordar, novamente serão sentidos.
Até já, bom sono.

(adormeci?)

Ao voltar da grande viagem,
ao chegar à cidade que não interrompeu o seu caminho,
assim como não cessa o correr do rio com mais ou menos
seixos no fundo, sou levemente tomado por uma estranheza,
uma dormência de quem acordou do eu sonho e só agora toma
consciência do seu despertar.
E o corpo reconhece este espaço,
ele sabe o que tem de fazer,
apesar de nem me lembrar de alguma vez
o ter feito.
Enquanto cá não estive não pensei neste lugar
porque este não era o lugar onde eu estava.
E agora esta é a realidade.
Há lugares que nos prendem o pensamento ele fica,
sem corpo.


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