domingo, 4 de novembro de 2007

Sobre as viagens como uma criança

Várias voltas ao mundo demos
num só jardim,
onde tudo o que se ouve
é a ele e a mim.

Uma viagem de mota
e paramos para abastecer
de gasolina de óleo de amendoim,
líquido dourado que o mundo fez mover
enquanto o percorríamos de lés-a-lés,
ele sentado e eu pelos meus próprios pés.
Em passos de gigante, dei cinco
e acabou-se o mundo.
Voltamos para trás
e à sombra dum cacto,
num qualquer árido deserto
contamos os grãos de areia
que a vida nos vai dando.

Ele 4, eu 16.
Quatro vezes mais viajamos como crianças,
eu nas lembranças,
ele no tudo-nada de se ser pequeno.
Tudo o que poderá viver;
de nada se lembrará até
tomar consciência de ser
humano e capaz.

Ele desconhecia a sua própria existência,
apenas vivia. Bem.
Eu... Vou-a descobrindo enquanto viajo.

Sem comentários: